sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Assim continua uma história


Continuação disso aqui. Leia esse primeiro, pra entender. Ou não.

Já faziam quase dois meses, desde que começou a dor de cabeça. Fazia tanto tempo que ele nem lembrava mais, e nem reclamava. Não que já tivesse acostumado, mas porque reclamar não ia espantar ela. Nem doses cavalares de aspirina, acetilsalicílico e outros comprimidos de todos os tamanhos e cores tinham resolvido o problema. Nem acupuntura, benzedura, rapadura ou qualquer outra ura tinham resolvido.
Então o jeito era ir levando assim, até quando desse.

Até quando desse... até quando ia dar? e que diabos causava isso?

Até que um dia, pra variar, a coisa piorou. Começou com uma leve coceira na testa, em uma semana começou a inchar, até virar um caroço. Bem no meio da testa. Decidiu sair do emprego, pegou o pouco dinheiro que tinha guardado e se trancou em casa.

Dois meses depois, deram falta dele. Era o jornaleiro, que tinha ido no vizinho ver porque a assinatura tava atrasada, e decidiu perguntar se ele sabia algo sobre quem andava pegando os jornais, se não tinha ninguém na casa.
Ao abrir a porta, o pobre jornaleiro é tomado de um tal espanto, que prendeu a respiração. Travou. Ficou sem palavras, riu, chorou, riu de novo, espirrou, botou as mãos na cabeça e saiu correndo. Mas não deixou o jornal.
Espantado, nosso amigo vai até o banheiro, se olhar no espelho. 'Será que não fiz a barba?', pensou, mas ao se olhar no espelho, quase caiu no chão.

O caroço na testa tinha virado um olho...


-Como assim, você não percebeu? Você não se olha no espelho todos os dias de manhã?
-Ah... até olho, mas não presto muita atenção.
-Sinceramente, eu nunca vi nada desse tipo. O que se pode fazer é tentar operar, pra tirar ele fora.
-E quanto custaria isso?
-Ah, seria muito caro. Mas se pensar na publicidade que isso pode te dar..a mídia, você poderia ganhar muito com isso. Talvez o suficiente pra pagar a cirurgia. Sugiro que você vá pra casa pensar sobre isso.
-É, vou fazer isso. Mas não conta pra ninguém não, hein?
-Segredo de médico. Não se preocupe. Se você soubesse das coisas que acontecem poraí, veria que esse teu problema não é nada.

Problema? Seria mesmo um problema isso? afinal, que mal tem em se ter um olho a mais?
Decidiu que ia deixar assim mesmo. Pelo contrário, ia sair de casa e voltar a sair na rua. Ia procurar emprego, cortar o cabelo bem curto, vestir uma camiseta de time. Enfim, ser normal.

Claro que as coisas não foram bem assim. Se arrumar um emprego já era dificil, imagine com um olho na testa... as secretárias ficavam espantadas, algumas pediam pra tirar foto junto, outras gaguejavam no telefone. Os entrevistadores nem perguntavam mais em qual escola ele tinha feito a pré-escola, iam direto à pergunta que todo mundo queria saber:
-Tu nasceu com isso?
-Não.
-E como ...apareceu, isso?
-Nem sei.. eu tive dor de cabeça por três meses, daí a testa inchou e apareceu.

Mas mesmo mostrando tanto interesse, no fim ninguém dava emprego.

(essa parte eu vou mudar um dia, mas por enquanto fica assim)

Uma noite, andando pela rua, ele foi chamado por uma dupla de punks. Tava uma noite gelada, e eles precisavam de dinheiro pra comprar algo pra beber.

(não, isso ficou ruim... vamos pensar em outra coisa)

Uma noite, andando pela rua, ele pensou estar sendo seguido. Tava uma noite gelada, e não tinha quase ninguém na rua. Entrou em uma rua estreita, e ficou cuidando...  realmente, tinha alguém seguindo ele, e era alguém com um vestido longo.

(hum... acho que vou terminar essa mais tarde. aliás: tu, que tá aí lendo essa besteira, qual parte prefere? ele seguir com os punks e viajar pra caxias, ou seguir a pessoa de vestido longo?)

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